quarta-feira, 3 de junho de 2020
Notas sobre a pandemia (25)
Como o Brasil é o país do futuro,
parece que deixamos para vivenciar amanhã o que outros países já enfrentaram em
matéria de pandemia. Enquanto neles a curva de infecção decresce, entre nós ela
só faz subir. É com uma ponta de inveja que vejo as pessoas invadirem as ruas na
Itália e na França. Ainda usam máscaras, mas ficaram livres do confinamento. A
única exceção na Europa é a Suécia, que por sinal já foi citada pelo nosso
presidente como um modelo a ser seguido. Deu errado lá, continua dando errado
aqui. Ainda assim, parece que não nos dispomos a aproveitar a lição. O governo parece
encarar o problema com indiferença; indagado por um repórter sobre o elevado
número de mortes, o presidente respondeu que “todos morremos um dia”. Ele se
mostra muito compenetrado dessa verdade, na qual se embute um fatalismo que
mascara a letargia e a omissão. Se morremos mesmo, que há de mais em antecipar
o desenlace de uns tantos brasileiros (de preferência velhos, pois desse modo
se matam dois coelhos: reduz-se a densidade demográfica e desonera-se a Previdência)?
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