Soneto desnaturado
Ser mãe é cuidar bem do próprio corpo
(de preferência, numa academia); é desmamar o pirralho bem cedo
para livrar o seio das estrias.
É dormir como um justo, ressonando,
depois de uma passagem na “balada”,
e acordar sem remorsos, no outro dia,
mesmo deixando o filho com a empregada.
É não abdicar dos seus projetos,
fugir de ser babá dos próprios netos
(caso venham chamá-la para isso).
É desprezar o chato que a condena,
dizendo que a pior de suas penas
seria “padecer no Paraíso”.
****
O amor encontra nas mães / a sua expressão mais pura/ é amor sem cálculo, risco / sem limite, sem usura / certo como a natureza / profundo como a loucura. / Amor que ultrapassa o tempo / pois não depende de prova/ que na força dos eventos / hoje e sempre se renova./ Amor incondicional / antigo e sempre moderno / que parece ser gerado / no ventre mesmo do Eterno.
Muito bom!
ResponderExcluir