Perscrutando com afã a Natureza,
viste no homem
a espécie corrompida,
e para resgatar sua nobreza
deste-lhe a Dor por única saída.
Depois, entre razão e desvario
(e mais aprofundando a tua lupa),
viste na carne -- esse algoz sombrio! --
o motivo maior da sua culpa.
Mas quando, por efeito do pecado,
vias
o ser humano condenado
ao verme, ao fedor, à podridão,
surpreendeste na força da Beleza,
que alivia do mundo a aspereza,
o caminho da sua redenção.(da série "Meus pecados poéticos")
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