Recolhida no quarto, a mãe pensava:
“Acho que nasceu velho
esse menino.”
Bem poucas vezes ele demonstrava
gestos de rebeldia ou desatino.
Ensimesmado, quase nunca
ria,
no cuidado de sempre andar
correto.
Como se lhe refreasse a
alegria
o triste olhar de alguém
que estava perto.
Sem que ela o veja, o
menino se acerca
e a surpreende (olhando
pela fresta)
entregue mais uma vez à
solidão.
Foi desse quadro -- ele
nunca o disse --
que lhe vieram as marcas de velhice
há muito impressas no seu coração.que lhe vieram as marcas de velhice
(Da série "Meus pecados poéticos")
Nenhum comentário:
Postar um comentário