sábado, 22 de novembro de 2014

Para Manoel de Barros

Esse Manoel nasceu de um barro
único, todo especial.
Veio fazer com as palavras
um carrossel, ou carnaval, 

em que a brincar, sempre travesso,  
desvenda as máscaras do sentido;   
remove a tisna dos vocábulos    
até resgatar-lhes o brilho.

Quer ver de novo resplenderem  
como no tempo auroreal,   
quando o espírito, em liberdade,    
desconhecia o bem e o mal.

Não veio só, também com ele    
veio o sopro de Deus, o alento
que infunde no verbo a força       
do renovado encantamento.

(da série "Meus pecados poéticos")


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