Ano-Novo. E sempre, nessa data,
em meio à correria que não cessa,
buscamos (com uma ponta de trapaça)
renovar os desígnios e promessas.
O que não fomos, por preguiça ou medo,
seria, enfim, agora resgatado,
e nos parece que ainda é cedo
para viver o antigo sonho adiado.
Melhor seria nada prometer
para não virmos nos arrepender
quando chegar o fim do novo ano
mas é próprio das nossas ilusões
arquitetar grandes resoluções
e vê-las ruir por voluntário
engano.
(da série "Meus pecados poéticos")
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