sábado, 12 de março de 2016

Soneto zangado



Se você permanece indiferente
à  dor dos outros; se mente sem pejo;
se para  ter vantagem até consente
em (como Judas) disfarçar um beijo;  

Se prega a honestidade mas, no escuro,
age como uma ave de rapina,
roubando aqueles que batalham duro
por meio do conchavo e da propina;

Se pensa que toda mulher é fácil;     
que o estudo é coisa de pascácio
e basta ter dinheiro pra vencer,

então, amigo, pode ficar certo
de que você, com esse jeito esperto,
não passa de um grande efedepê.

(da série “Meus pecados poéticos”)


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O silêncio do inocente