segunda-feira, 13 de junho de 2016

Para Denise, no seu aniversário


Chega aos sessenta aquela que, um dia,
conheci no frescor da juventude
e se fez minha doce companhia     
“na tristeza, na dor ou na saúde”. 

Não poucas vezes me indaguei, medroso,   
o que no rosto lhe faria o tempo;    
se a beleza, à força dos desgostos,
dele se iria como o pó ao vento.

Percebo agora, tantos anos idos,  
que esse temor carece de sentido    
e que era vã a minha fantasia,

pois a beleza não se desfigura     
quando a anima, retoca e apura    
outra maior, que dentro se irradia.  

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