quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Médicos? Não!

Eles nos apalpam, furam, fazem-nos beber líquidos intragáveis e, ao mesmo tempo, proíbem-nos de comer comidas gostosas.  
São incansáveis bisbilhoteiros. Perguntam coisas íntimas como se quisessem desvendar nossos segredos – e o pior: anotam tudo numa ficha (para depois fazerem sabe-se lá o quê!).
Se metem na nossa vida amorosa, querendo saber se transamos ou não (às vezes até com quem). Restringem-nos o sexo quando gostaríamos de transar ou obrigam-nos a fazê-lo mesmo contra a vontade.
Interferem em nossos hábitos, mandando-nos permanecer na cama quando queríamos estar na rua. Ou andar, quando o bom mesmo era ficar em casa vendo televisão.
Medem nossa altura, avaliam nosso biotipo, implicam com o nosso peso, sugerindo que devemos diminuí-lo sem nem perguntar se estamos dispostos a isso. Por vezes ignoram a nossa fome.
Não têm respeito por medalhas, títulos, condecorações. Tudo que lhes interessa, em nossos ascendentes, é saber se padeciam de tal ou qual doença. Isso às vezes obriga a dizer, por exemplo, que um tio comendador sofria de flatulência (o que não fica bem para a imagem do morto).
Médicos? Sim! Sobretudo na hora de receber alta e ver que saímos da doença sãos e salvos.

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O poder da frase