Candidato que usa santinho
como panfleto não merece salvação.
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Partidários de Dilma,
inconformados com a derrota da ex-presidente, estudam entrar na Justiça para
contestar o resultado da eleição. A alegação seria de que houve “golpe”. Um
golpe dado pela própria democracia. Pela lógica dos militantes, não se concebe
que a vontade do povo vá de encontro ao “partido do povo”. Consultado, Dirceu
ergueu o punho e disse que em breve se vai desfazer esse paradoxo.
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A bandeira mais desfraldada
nestas eleições tem sido a do combate à corrupção. É possível que ela defina a
escolha do novo presidente, confirmando assim que as “revelações” têm mais
potencial para mudar o quadro político do que as revoluções.
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Há quem veja no primeiro
lugar de Bolsonaro a ameaça de o país voltar à Idade da Caserna. Para desfazer
essa impressão, o candidato vem procurado melhorar sua imagem. Recentemente,
por exemplo, acenou à comunidade LGBT (mas recolheu logo a mão para não dar
margem a interpretações maliciosas) e disse que não ia mais detonar (epa!) o
feminismo.
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A televisão orientou
incansavelmente o eleitor em trânsito sobre como justificar a ausência. O
difícil para mim foi justificar a presença.
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Haddad encarregou alguns
assessores de vasculhar o comércio em busca de um removedor potente que o ajude
a se descolar da imagem de Lula. Caso não encontre o produto, o candidato deve
tatuar o corpo com alguns símbolos do capitalismo, como uma garrafa de
Coca-Cola ou um par de tênis Adidas (por sinal, alguns eleitores que não
conseguem dizer seu nome o têm chamado pelo nome dessa marca). Haddad cogita
também de insistir no apoio de Ciro Gomes, que é bem-visto pelo mercado. Seu
medo é que nenhuma dessas alternativas dê certo e ele acabe sem Ciro nem tatoo.
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A Lei da Ficha Limpa
representou um inestimável progresso na moralidade da nossa prática política. O
Brasil não pode, nestas eleições, dar marcha a réu.
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Após a derrota, Marina
levantou-se da Rede e foi consolar seus eleitores. Explicou que o motivo do
fracasso é que o Partido Verde, ao qual se aliara, ainda não estava maduro para
exercer o poder. A candidata chegou a ser chamada de Submarina, mas não se
chateou; prometeu fazer jus ao apelido e reemergir daqui a quatro anos. Dessa
vez para não afundar mais.
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A democracia é um regime tão
eficaz que permite ao eleitor escolher o autoritarismo que o deve governar.
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Não nos esqueçamos de que
toda ditadura é um regime fardado ao esquecimento.
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