sexta-feira, 29 de maio de 2020

Notas sobre a pandemia (24)

O Brasil mais parece um hospital de campanha no qual faltam respiradores para uma paciente chamada democracia. Entravado, o governo prefere o palanque ao arranque. A estagnação só não chega ao número de mortos, que cresce sem parar. Enquanto isso, assistimos a tudo presos em casa. Não acho que vamos cair numa ditadura, pois o País é suficientemente maduro para rechaçar um novo Maduro. Mas toda essa barafunda é muito desgastante. Já basta a ansiedade provocada pelo medo da infecção. Para escapar a ela, existem recursos como usar máscara e lavar as mãos. Mas como se livrar dos desacertos políticos? É impressionante o empenho com que se conclama a nação a tomar partido no embate entre os Poderes. Tal esforço é inversamente proporcional ao cuidado com os que sofrem ou agonizam nos hospitais. Quando tudo isso passar, saberemos quem de fato se envolveu com a pandemia e quem a ignorou (às vezes, com ironia e desfaçatez, fazendo marolas no lago Paranoá). As urnas serão o lugar de dar a resposta.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

O poder da frase