Morreu Ryan O’Neal, que fez par
romântico com Ali MacGraw em “Love Story”. O filme estreou em 1970 e foi
sucesso mundial entre adolescentes com a história de amor que envolvia os dois
protagonistas.
Quando ele foi exibido por aqui,
eu estava em começo de carreira e lecionava no 2001. Publicava nesse cursinho
um jornal intitulado “O Radar”, onde escrevia crônicas, comentários críticos e
umas frases que imitavam o estilo de Millôr.
O filme tinha um slogan que bem
resumia o seu espírito, “Amar é não ter jamais que pedir perdão”, e num dos
números do jornal fiz um texto criticando a estupidez dessa sentença. Eu
defendia que amar é justamente ser capaz de perdoar e que o embuste do conceito
veiculado na frase pressupunha um idealismo que nada tinha de humano.
Por que fiz isso?! Umas garotas,
que tinham chorado muito vendo o filme, vieram para cima de mim com quatro
pedras na mão (acho que até mais). Acusavam-me de insensível, incapaz de
reconhecer o “verdadeiro amor”. Felizmente escapei ileso do protesto (e talvez
de ser demitido).
Passou o tempo; hoje as que me
acusavam já devem ter se apaixonado e, quem sabe, vivido o amor verdadeiro.
Caso isso tenha ocorrido, certamente se depararam com inúmeras situações em que
é preciso perdoar (ou ser perdoado) para manter vivo tal sentimento. E podem
concordar, enfim, com quão mentirosa e superficial era a frase.
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