terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Dicas de estilo (sem estilo)

1 - Interjeições excessivas? Evite-as!!!!

2 - Não abuse de metáforas futebolísticas. Esse tipo de tabelinha com a linguagem do futebol nem sempre satisfaz a galera. O leitor pode se sentir driblado e dar cartão vermelho para o escritor, mandando-o antes do tempo para o chuveiro.

3 - Falhas na concordância denuncia falta de conhecimento gramatical. Evite-a.

4 - Não misture as pessoas gramaticais. Tu podes pode fazer isso quando usares a linguagem coloquial, mas nunca em sua redação para vestibular ou concurso. Nela escrevemos com alguma formalidade e você tem que seguir a norma culta.

5 - Das inversões fuja. Comprometem elas das ideias a clareza.

6 - Evite repetições, pois elas dão a impressão de que o texto não progride. Repetir gera no leitor a sensação de que as idéias ficam no mesmo lugar, não evoluem. Quem repete permanece no mesmo círculo de idéias e faz o texto circular em torno de um mesmo tema, sem sair do canto.

7 – Tenha cuidado ao usar as reticências, pois elas... lacunas no pensamento e... sem saber direito o que o autor quer dizer.

8 - As longas intercalações entre sujeito e predicado, por fazer o leitor esquecer o que o que foi dito no início, levando-o a suspender a leitura e ter de reler toda a frase, o que termina prejudicando a compreensão do texto como um todo, devem ser evitadas.

9 - Evite exageros. A hipérbole é o pior entre os piores pecados que podem acometer um escritor em todos os tempos.

10 - Há que escoimar o texto de vocábulos preciosos ou pernósticos. O uso de tais palavras é próprio dos alarves e apedeutas. Indica, outrossim, uma mente deslumbrada com as reverberações de um saber despiciendo, que leva a conclusões inanes sobre os transcendentais enigmas do Homo sapiens.

11 - Prefira a linguagem denotativa; ela é um lago transparente de onde emerge com clareza o sentido das palavras.

12 - Evite em seu texto manifestar preconceito contra as mulheres. Do contrário, elas vão reclamar de você o tempo todo sem lhe dar chance de se defender. Mulher – todo o mundo sabe – não tem paciência para compreender as razões do outro e termina transformando o que deveria ser um diálogo esclarecedor num monólogo interminável – em que, obviamente, só ela fala.

13 - Medite nesta verdade preciosa: rima é bom em poesia, não em prosa.

14 - Fuja dos enunciados vagos e genéricos. Eles dão aquela sensação de algo que não se sabe bem o que é, embora todos de alguma forma já tenham sentido em certos momentos da vida. Alguns têm disso uma longínqua idéia, mas só conseguem defini-la em determinados contextos ou por algum tipo de sugestão diferente da que experimentaram no início, antes de tudo fazer sentido. Ou não.

15 - Ao estar fugindo do gerundismo, você não estará fazendo mais do que sua obrigação. Vá ficando atento.

16 - Você acha que o excesso de perguntas retóricas torna mais eficiente o seu texto? Será que elas necessariamente facilitam o diálogo com o leitor? Ou podem deixar o discurso redundante, sugerindo questões que na verdade não existem? Não será melhor usar frases afirmativas, deixando logo claro o que se quer dizer?

17 - Portanto, não inicie o texto pela conclusão. Comece-o mesmo pelo começo, apresentando o tema e depois os argumentos.

18 - Um texto com excesso de “que” parece que tropeça a cada momento e mostra que a pessoa que o produz tem que melhorar o ouvido.

19 - Sem essa de gírias, mano. Se você, tipo assim, se amarra nesse tipo de modismo, mostra que não tá com nada. Com certeza.

20 - Seja evitado em sua redação o excesso de voz passiva analítica, para que você não seja visto pelo leitor como alguém a ser desprezado.

21 - É bom moderar o uso da mesóclise. O bom escritor evitá-la-á em nome da simplicidade, pois a colocação do pronome no meio do verbo trar-lhe-ia aspereza acústica e transformá-lo-ia num monstrengo aos ouvidos de hoje.

22 - Evite. Fragmentar o período. Pois isso é uma grave falha. Gramatical e estrutural.

23- Sei que é difícil fugir das frases feitas, mas faça um esforço. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.

3 comentários:

  1. Ótimas dicas!
    Encontrei o endereço do seu blog agora, quando li um texto seu, no jornal da paraíba, chamado "Enigma de Natal". Também escrevo em um blog, embora tenha começado há pouco tempo. Escrevo apenas por prazer, não sou formada em jornalismo, aliás, ainda não sou formada em nada (sou estudante de filosofia da ufpb). Enfim, gostaria que você me desse alguma opinião sobre as coisas que escrevo, se puder. Estou precisando ouvir a opinião de alguém como você. Pensei já em tentar publicar algum texto meu no jornal, mas não sei como posso ou se posso fazer isso. O fato é que estou amando escrever e gostaria da sua entendida opinião a respeito. Sei que sou uma mera aprendiz, mas gostaria de melhorar cada dia mais. E sua opinião seria de fundamental importância.
    Obrigada pela atenção e parabéns pelo blog.
    Sucesso sempre!
    Abraços.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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Um poeta além da vanguarda