terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Convite ao otimismo


            As expectativas não são nada boas para o ano que se inicia, mas lhe convido a ser otimista. Sei que não é fácil diante de tantas ameaças, como a do aquecimento global, mas até disso é possível tirar algum proveito.  O excesso de calor pode, por exemplo, fazer a garota que até então não lhe dava bola “se derreter” para o seu lado. Seria um ganho.  

É verdade que a polarização ideológica vai continuar afastando, inclusive, pessoas da mesma família, mas isso pode em alguma medida ser contornado se você evitar discutir política em ocasiões delicadas, como as refeições. Se não for possível, evite dizer em quem vai votar antes de terminar o almoço para não comprometer a digestão. Diga depois e abrace os que não concordam com você, a não ser que entre eles esteja aquele cunhado parrudo que gosta de fazer brincadeiras sem graça.  

Existem as guerras, é verdade, que não poupam nem a terra onde Cristo nasceu (acho que, se voltar ao mundo, ele vai escolher outro lugar). Vamos contudo torcer para que os litigantes deixem de matar mulheres e crianças; se for mesmo inevitável brigar, que se matem uns aos outros. Desse modo será possível contar com o fim dos conflitos por falta de mão de obra.   

Muitos temem uma hecatombe nucelar, mas tenho a impressão de que ela nunca vai ocorrer. Uma tragédia dessa dimensão acabaria com o mundo inteiro, ou seja, destruiria também os responsáveis pelas detonações, que obviamente não estariam dispostos a perder a vida. O que tem assegurado a permanência da nossa espécie na Terra, afinal de contas, é o velho e natural instinto de sobrevivência.  

Sei que é difícil manter o otimismo num mundo tão conflagrado, mas não custa tentar – mesmo porque não há outra saída. Como não se pode mudar a ordem (ou a desordem) das coisas, o melhor é se concentrar em metas individuais. Aqui vão algumas:

 - Acredite em você. Alguém, afinal, tem que fazer isso.

- Seja prudente, comendo apenas o essencial para satisfazer a sua gula. Lembre-se de que o excesso de calorias pode impedir que você corra de algum assaltante que queira lhe roubar o celular.

- Faça exercícios com moderação. Se na academia não houver alguém com esse nome, faça com outro instrutor mesmo.

- Seja educado no trânsito. Se alguém, por exemplo, lhe der uma “fechada”, não o agrida berrando que a mãe dele (ou dela) pratica a mais antiga das profissões. Opte por lhe destinar silenciosamente “uma banana” e siga em frente.

- Não queira ter um monte de seguidores nas redes sociais. Contente-se com os que possam alcançá-lo.

-  Evite a frequência no uso do celular. Caso a redução lhe provoque crise de abstinência, consulte o Google para saber o que fazer. Você pode lançar mão desse expediente várias vezes por dia.

- Desconfie da Inteligência Artificial, pois muitas vezes ela mistura os dados e pode deixá-lo mais “burro” (entre aspas, para não ofender o animal) do que você já é.

          - Procure viajar, conhecer outros lugares. Eles em essência não são diferentes do seu lugar de origem, mas você levará algum tempo para perceber isso e nesse intervalo poderá sonhar.

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