Não faço muita fé na astrologia, mas nesta
época do ano é impossível não ter curiosidade sobre o que os astrólogos
preveem para os próximos 12 meses. O problema é em quem confiar, pois nesse
domínio, como se sabe, proliferam os charlatães.
Diante disso, fui à internet e fiz uma longa
pesquisa. Deparei-me então com um tal professor Omar Sekou, que me pareceu
confiável. Eclético, ele também joga cartas, búzios, tarô, e não satisfeito
ainda consulta uma bola de cristal. Além disso cobra uma pechincha pela consulta.
Eis algumas de suas previsões para o próximo ano:
- Levando em conta o acirramento dos
ânimos nas recentes sessões plenárias, a presidência da Câmara criará um Regulamento
para as brigas dos deputados. Em caso de contendas, ficam proibidas as
cabeçadas e as aberturações nos colegas, que nesses casos estão autorizados a revidar.
O aconselhável, no entanto, será trocar as agressões físicas pelas verbais,
desde que venham antecedidas do devido pronome de tratamento. Por mais “cabeludo”
que seja o palavrão, não se deverá esquecer de tratar o oponente por “Vossa Excelência”;
do contrário, faltar-se-á com o decoro.
- A presidente Dilma sofrerá impeachment,
mas se recusará a passar a faixa a Michel Temer. Lula irá em seu lugar e, com
isso, protagonizará uma cena nunca vista na história deste país. Ao deixar
Brasília, Dilma fará questão de levar sua bicicleta; teimosa como é, não abandonará
as pedaladas.
- Os EEUU serão alvo de críticas na ONU
por não respeitarem o acordo sobre o clima, celebrado em Paris. Segundo o secretário
de Estado americano, o limite de 2 graus seria impraticável, pois sacrificaria
a indústria e o progresso americanos. O protesto não será apenas do governo;
segmentos da população também vão repudiar o limite na emissão dos gases
poluentes. Como sinal de protesto, um atirador invadirá uma sala de aula em que
se explicam os efeitos do aquecimento global, matando o professor e diversos
alunos. Obama irá à TV propor um limite rigoroso na venda de armas, e na saída
levará um tiro de raspão. Nada grave.
- As máscaras mais comuns no Carnaval terão
os rostos de Sérgio Moro e do Japonês da Federal. A marchinha alusiva a este
personagem, por sinal, estourará nas ruas e clubes de diversas cidades
brasileiras. A Lava Jato botará o país para
dançar.
- José Serra vai se desfazer da sua
adega. Traumatizado com o episódio envolvendo a ministra Kátia Abreu, ele se tornará
abstêmio e fará disso uma bandeira nos palanques em que discursará daqui para a
frente.
- O Brasil ganhará medalhas de ouro no judô e no
nado sincronizado. No futebol, será goleado nas quartas de final pela Alemanha,
por um placar que vai lembrar a derrota na Copa de 2014. Analistas tentarão
explicar o episódio apelando à filosofia, especialmente a Nietzsche, com a lei do
eterno retorno. Numa das provas de canoagem, ocorrida na Lagoa Rodrigo de
Freitas, uma das canoas vai virar. A imprensa internacional criticará duramente
a ausência de um serviço de desinfecção para atender os atletas, dos quais
ninguém vai poder se aproximar em razão do mau odor. Isso pelo menos calará os que
criticavam as competições, alegando que de tão mornas elas não fediam nem
cheiravam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário