“Os melhores e mais fundos milagres
acontecem devagar, muito devagar.”
Esse aforismo aparece numa crônica em que o autor
explica a uma adolescente passagens de “Alice no país das maravilhas”. A
garota, que acabara de completar 15 anos, está na idade de acreditar que certas
coisas acontecem por uma espécie de mágica. O autor a desilude ao mesmo tempo
que a instrui (e qual o saber que não leva a uma perda da ilusão?). Geralmente
se associam os milagres a ocorrências súbitas e excepcionais, que subvertem a
ordem da natureza. A menina aprende que os milagres existem, sim, mas não
ocorrem como se pensa. Resultam de um lento trabalho da vontade e da
obstinação. Não são o domínio do extraordinário, do inesperado, mas do que pode
acontecer ao homem desde que o animem a ação, a paciência e a esperança.
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