O
cuco me funde a cuca
e
o resto do corpo inerme.
O
seu canto é uma sentença
gravada
na minha pele.
O
cuco soa mortal
a
quem o escuta (ou não).
Seu
trinado é como um réquiem
que
se escuta sem perdão.
O
cuco é máquina do tempo
urdindo,
certa, a mortalha.
É
o gatilho, o veneno,
o
gume de uma navalha.
O
cuco é um galo cego
saudando
o dia engolido
pela
noite, que o segue
rumo
à vastidão do olvido.
(da
série “Meus pecados poéticos”)
Nenhum comentário:
Postar um comentário