Ser
pai é padecer no crediário
e assumir
o duro compromisso
(seja
grande ou pequeno o seu salário)
de
dar à casa o que for preciso.
É
ser da mãe um pálido coadjuvante
no crucial e biológico enredo;
e
como recompensa, em tal instante,
sentir-se
“grávido” só por arremedo.
É privar-se
de jogos e cerveja,
mostrar-se
duro mesmo que não seja,
suportar
o Complexo de Abraão.
E à
noite, sozinho no escuro,
imaginar
se os filhos, no futuro,
vão
dizer que cumpriu sua missão.
(da série “Meus pecados poéticos”)
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