É comum nesta época fazer previsões para o ano que se
inicia. Não gosto muito desse hábito, pois a maioria delas se mostra falsa – e
as que se realizam geralmente vão de encontro às nossas expectativas; o melhor,
então, é não conhecê-las. Ainda assim, para não me alhear totalmente do clima, recorri
ao vidente Omar Mota para dar ao leitor uma ideia do que o espera em 2018. Omar
é um vidente digital e faz suas previsões com o auxílio de algoritmos. Segundo
ele, a futurologia convencional é coisa do passado; nosso destino é comandado
pela aleatória combinação dos bits. Vamos então às suas previsões para o ano
vindouro.
//Neymar não jogará toda a Copa devido ao fim do seu
relacionamento com Bruna Marquezine. A moça lhe dará um brutal chá de cadeira,
e o jogador, psicologicamente destroçado, entrará em depressão e preferirá
ficar no banco. Tite contudo não vai desconvocá-lo, pois sabe que as mulheres
são instáveis nessa matéria e a atriz poderia voltar atrás.
Infelizmente isso não vai ocorrer por
causa de um vídeo que será enviado à moça por um hacker russo mostrando o
jogador aos beijos com uma turista ucraniana. Tudo montagem, claro, feita com o
objetivo de prejudicar a campanha do Brasil, considerado o mais sério candidato
ao título. A CBF recorrerá, mas sem necessidade, pois mesmo sem Neymar o nosso
país será campeão. Detalhe: na volta o jogador desfilará risonho em carro
aberto, pois Bruna selará a reconciliação com ele.
//Os Estados Unidos e a Coreia do Norte quase entrarão
numa guerra nuclear devido a um tuíte de Trump chamando o ditador norte-coreano
de “baixinho invocado”. Será na verdade um equívoco, pois o tuíte se destinava a
Raul Castro por este querer cobrar consumação dos turistas norte-americanos em
bares e restaurantes. O objetivo seria melhorar a economia de Cuba, que entrou em
declínio após a era Obama.
//Será enfim decodificado o sentido da frase de Temer na
conversa com Joesley: “Tem que manter
isso aí”. Com a ajuda de um perito e de um funcionário da casa que não quererá
se identificar (segundo a oposição, ele seria fictício), se chegará à conclusão
de que o presidente se referia aos suspensórios do empresário. Este teria se esquecido
de abotoá-los, o que fez as calças começarem a cair (nesse ponto a gravação mostra
um ruído estranho, que segundo o perito é
a indicação de que Temer se assustou e engoliu em seco ao quase ver o pinto do
dono da Friboi). Após o susto é que veio a fala presidencial, confundida com o
apelo para continuar pagando Eduardo Cunha -- que nada tinha a ver com o pato.
//Lula
vai conseguir provar que nada teve a ver com a reforma do tríplex, que teria, como
ele alegou, sido orientada por sua falecida ex-esposa. Os advogados argumentarão
que, levando em conta o exíguo espaço destinado à adega, a reforma não poderia
mesmo ter sido projetada por ele. Para mostrar que deu literalmente a volta por
cima, e para cima, o ex-presidente irá morar na cobertura.
//Bolsonaro
começará a cair nas pesquisas e, sentindo que sua candidatura corre sério risco,
vai procurar fazer as pazes com a comunidade LGBT a fim de melhorar a imagem. Os
líderes condicionarão o apoio à promessa de que ele participe da próxima edição
da Parada Gay em carro alegórico e segurando um estandarte com os dizeres. “Saí
dessa roubada. Machão não está com nada”. O candidato aceitará a proposta, o
que logo se refletirá no aumento do seu índice de aprovação em alguns pontos percentuais
(para mais ou para menos).
//Depois
de uma campanha acirrada, o Brasil elegerá um presidente de centro (o vidente não
esclareceu se de centro-esquerda, centro-direita ou centro-centro mesmo). A
eleição será pau a pau, e pedra a pedra, e o vencedor ganhará por uma diferença
tão insignificante que o segundo colocado ficará com um pedaço da faixa. Para
governar, o novo presidente terá que fazer muita ginástica (vai inclusive contratar
um instrutor). Sua meta será tirar o país da miséria, mas ele encontrará sérios
obstáculos para isso. A miséria, afinal de contas, tem um longo histórico entre
nós e nem sempre se dispõe a colaborar para a própria extinção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário