“Rouba,
mas faz” (que a gente tem ouvido muito nos últimos tempos) sugere uma
resignação cúmplice. O primeiro passo para vencer a corrupção é instituir o
“Faz, mas rouba” e dar o maior peso possível à adversativa. Quem faz e rouba
acaba desfazendo o que fez.
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A
rigor, não existe renúncia. Toda renúncia é troca, e muitas vezes a alternativa
ao que renunciamos nos gratifica mais.
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Toda queixa é agressão. O queixoso invoca a própria infelicidade para provocar culpa nos outros. Ao atribuir aos outros a
responsabilidade por seu sofrimento, exime-se de resolvê-lo por si. Ele cultiva uma espécie de narcisismo masoquista, que só faz perdurar a aflição.
Mas não se importa de sofrer, contanto que torne visível aos outros o
espetáculo da sua dor.
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Sei que
sou lento e, quando “vou”, os outros já “estão voltando”. É justamente por ver
a cara deles que eu não sinto vontade de me apressar.
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A preocupação com o Além não leva a
lugar nenhum. Distorce o essencial do problema, que é saber de onde viemos. Só
descobrindo isso é que saberemos para onde vamos (se é que vamos a algum
lugar). O mistério está na origem, e não no fim. O fim é o que imaginamos que
será; o início é o que realmente foi. O homem pode fantasiar hipóteses sobre o
final, em função de suas crenças, mas não pode escapar da matriz de que proveio
— a natureza e o que a engendrou.
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Você
diz que é capaz de dar uma festa e não filmar os convidados? Duvídeo!
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