A fé é a convicção que dispensa prova.
Atende a uma necessidade subjetiva. Se preciso crer em algo, pouco importa que
ele seja ou não verdadeiro. O princípio que impera nesse caso é oposto ao de
São Tomé, que queria primeiro ver para só então crer. A lógica (ou antilógica)
que preside a fé é o “crer para ver”. Essa visão, claro, limita-se a um
indivíduo ou a um grupo que partilha dos mesmos ideais. Não se evidencia para
todos, pois não constitui uma realidade objetiva.
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O mercado está tão instável que daqui a
pouco vão mudar o nome da Moody’s para Modess, já que a agência altera a
classificação de risco todo mês em função das novas regras.
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O corpo
pode ser tanto objeto de enlevo e prazer sexual quanto instrumento de ofensa e
agressão. Cheiros, orifícios, excrementos podem servir de referências
grosseiras para depreciar os outros. Nesse caso o corpo anatômico triunfa sobre
o corpo pulsional; o erotismo cede à fisiologia. A isso corresponde um
vocabulário dito chulo, que mostra sem disfarces o lado feio da nossa anatomia.
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Não se pode chamar de acidente uma
ocorrência para a qual existem razões objetivas. Uma morte no trânsito
provocada por alguém que dirige depois de ingerir bebida alcoólica nada tem de
acidental. Foi ocasionada pelos efeitos do álcool e era previsível. Um evento
acidental surge do inesperado, do que contraria todos os cuidados e medidas que
podem evitá-lo (alguém que normalmente vai ao médico e sofre um infarto ao
volante, por exemplo). Não se pode falar em acaso a propósito de eventos para
os quais existe a concorrência da ação humana. Acidental, quando alguém bebe e
dirige, é ele chegar ao destino sem atropelar ou matar ninguém. A Lei deve
levar isso em conta ao julgar quem se alcooliza e comete infração no trânsito.
Quem bebe, afinal de contas, sabe o que está tomando e conhece os efeitos que a
bebida traz.
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Amar é respeitar a solidão do outro. É não considerar o seu silêncio
como indiferença ou rejeição. Os diálogos que alguém tem consigo muitas vezes
só são possíveis porque existe ao lado uma presença confortadora, que estimula
a reflexão e impede que a solidão se transforme em abandono.
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