O São-João de Campina Grande não seria o
que é se não contasse com a entusiástica adesão da cidade. Estivemos lá ontem
e, no pouco tempo que passamos, deu para perceber o alegre empenho com que os
campinenses promovem e curtem os festejos.
A simbiose entre a eficiência do poder
público, o papel do empresariado e o ânimo do povo é sem dúvida uma das razões
para o sucesso. Com trios de forró espalhadas em vários lugares, é impossível
ao visitante não entrar no clima. Eu assisti a um deles no Calçadão; foi
emocionante ouvir o pot-pourri de músicas regionais que o grupo apresentou,
evocando Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira, Marinês, Jackson do Pandeiro e tantos
outros.
Em muitas dessas canções transparece a
sofrida experiência do sertanejo, que não raro é obrigado a subir num pau de
arara e deixar a sua terra. Esse exílio forçado impregna boa parte das letras,
que se carregam de um pungente lirismo. O São-João de Campina é forte
por incorporar e manter vivo o legado desses artistas.
Estivemos na Vila do Artesão e no Sítio
São João, dois lugares que merecem ser visitados por testemunharem,
respectivamente, a riqueza da arte nordestina e a diversidade de atrações
(musicais, históricas e gastronômicas) que o evento oferece. De negativo no
Sítio apenas o alto preço da entrada; ele poderia ser menor, levando-se em
conta que o visitante paga pelo que vai consumir. Mas as bandeirinhas que lá
tremulam, estralejando, valem como um emblema sobranceiro da alegria que impera
na festa.
Da imensa corte joanina em que o
Nordeste se transforma por esta época, não há dúvida de que Campina Grande é a
Rainha.
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