domingo, 23 de junho de 2019

Um salto na capital do forró


O São-João de Campina Grande não seria o que é se não contasse com a entusiástica adesão da cidade. Estivemos lá ontem e, no pouco tempo que passamos, deu para perceber o alegre empenho com que os campinenses promovem e curtem os festejos.
A simbiose entre a eficiência do poder público, o papel do empresariado e o ânimo do povo é sem dúvida uma das razões para o sucesso. Com trios de forró espalhadas em vários lugares, é impossível ao visitante não entrar no clima. Eu assisti a um deles no Calçadão; foi emocionante ouvir o pot-pourri de músicas regionais que o grupo apresentou, evocando Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira, Marinês, Jackson do Pandeiro e tantos outros.
Em muitas dessas canções transparece a sofrida experiência do sertanejo, que não raro é obrigado a subir num pau de arara e deixar a sua terra. Esse exílio forçado impregna boa parte das letras, que se carregam de um pungente lirismo. O São-João de Campina é forte por incorporar e manter vivo o legado desses artistas.
Estivemos na Vila do Artesão e no Sítio São João, dois lugares que merecem ser visitados por testemunharem, respectivamente, a riqueza da arte nordestina e a diversidade de atrações (musicais, históricas e gastronômicas) que o evento oferece. De negativo no Sítio apenas o alto preço da entrada; ele poderia ser menor, levando-se em conta que o visitante paga pelo que vai consumir. Mas as bandeirinhas que lá tremulam, estralejando, valem como um emblema sobranceiro da alegria que impera na festa.
Da imensa corte joanina em que o Nordeste se transforma por esta época, não há dúvida de que Campina Grande é a Rainha.

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