segunda-feira, 13 de abril de 2020

Cada ave no seu canto

         No terraço de uma casa de classe média, vivem um passarinho e um papagaio. Ao saber que haveria um festival de músicas compostas só por aves, o papagaio se dirige ao passarinho (um canário) e lhe propõe:
            – Que tal a gente participar com uma canção? Você faz a melodia, e eu a letra 
       O passarinho topa. Os dois compõem a música e a inscrevem no festival. O resultado não poderia ter sido pior; a dupla foi desclassificada logo na primeira fase. Explicação dos jurados: a melodia até que tinha originalidade, mas a letra era toda plágio.
                                                             ****
          Aprisionado na gaiola, um passarinho passava o tempo voando de um lado para outro. Cantava, cantava muito, pois era por meio do canto que ele extravasava seu anseio de liberdade. Vendo-lhe o desespero, um papagaio que vivia num poleiro próximo lhe disse:   
      – Tolo. Você quer sair dessa gaiola, mas não para de cantar. Não vê que é justamente o canto que faz os seus donos manterem você preso? Deixe de cantar, ou cante mal, que você perderá a serventia e eles vão soltá-lo.
         O passarinho (um canário) resolveu seguir o conselho. A partir daí ficou  mudo ou no máximo emitia uns trinados roucos, bem diferentes dos maviosos sons de antes.   
          Os donos logo notaram isso. A ave não cantava mais... A família então se reuniu para decidir o que fazer com ela. Alguém propôs que a matassem e a servissem como tira-gosto na cerveja do sábado. A ideia foi aceita, e terminaram matando o passarinho.
         Moral da história: “Se você nasceu com um dom, jamais renuncie a ele. Essa renúncia pode fazê-lo morrer mais cedo.”

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