No terraço de uma casa de classe média, vivem um
passarinho e um papagaio. Ao saber que haveria um festival de músicas compostas
só por aves, o papagaio se dirige ao passarinho (um canário) e lhe propõe:
– Que
tal a gente participar com uma canção? Você faz a melodia, e eu a letra
O
passarinho topa. Os dois compõem a música e a inscrevem no festival. O
resultado não poderia ter sido pior; a dupla foi desclassificada logo na
primeira fase. Explicação dos jurados: a melodia até que tinha originalidade,
mas a letra era toda plágio.
****
Aprisionado
na gaiola, um passarinho passava o tempo voando de um lado para outro. Cantava,
cantava muito, pois era por meio do canto que ele extravasava seu anseio de
liberdade. Vendo-lhe o desespero, um papagaio que vivia num poleiro próximo lhe
disse:
– Tolo. Você quer sair dessa gaiola, mas não para
de cantar. Não vê que é justamente o canto que faz os seus donos manterem
você preso? Deixe de cantar, ou cante mal, que você perderá a serventia e eles vão
soltá-lo.
O passarinho (um canário) resolveu seguir o
conselho. A partir daí ficou mudo ou no
máximo emitia uns trinados roucos, bem diferentes dos maviosos sons de antes.
Os
donos logo notaram isso. A ave não cantava mais... A família então se reuniu
para decidir o que fazer com ela. Alguém propôs que a matassem e a servissem como
tira-gosto na cerveja do sábado. A ideia foi aceita, e terminaram matando o
passarinho.
Moral
da história: “Se você nasceu com um dom, jamais renuncie a ele. Essa renúncia pode
fazê-lo morrer mais cedo.”
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