As pessoas costumam curtir postagens em que os autores se dizem
sofredores e insatisfeitos com suas vidas; parece que isso capta melhor a
atenção do que se confessar satisfeito e feliz. Não é difícil entender o
motivo. O ser humano tende a se identificar com quem relata as próprias
desventuras, que são também as dele. É pela identificação que ocorre a catarse,
o alívio, que não acontece quando nos deparamos com o relato de vidas
“perfeitas” e, por isso, tão diferentes da nossa.
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A crença religiosa não existe para que o indivíduo se
salve em outro mundo, mas para que se salve neste. É com base nisso que a fé
dispensa comprovação. O indivíduo acredita porque necessita acreditar, e não
porque alguma evidência objetiva fundamente a sua crença.
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A evolução é um sentido inteligível dado ao impulso de
sobreviver. Evoluímos moldando-nos ao que o nosso engenho produz, e um pouco
por força dele. Não há outra forma de ir em frente e não há como voltar
atrás.
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É errôneo dizer que alguém só acredita no que vê. O
que vê a gente constata. A crença só pode existir no que se supõe ou imagina,
não no que se vê. As crenças se fundamentam mais em nossos desejos do que em
evidências da realidade.
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Quem considera apenas seu deus verdadeiro está negando a verdade do deus dos outros. Consequentemente, nega a própria ideia de Deus, que se define como uno e absoluto. As religiões, nesse sentido, são o que há de menos divino na fé. Derivam de circunstâncias, temperamentos, acidentes históricos, e refletem o empenho do homem em prevalecer sobre os outros homens. O sentimento de comunhão com a Divindade pode perfeitamente existir fora das igrejas.
Algo filosófico essa catarse... Algo Hursel existencial e humanista... Voltar - se ao sujeito e as coisas como são
ResponderExcluirBem observado. Grato pelo comentário!
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