terça-feira, 28 de março de 2023

Cala-se o Menestrel Maldito


 Ele era um grande crítico dos costumes e sobretudo da política do Brasil, com suas deformações e vícios — o maior deles, a corrupção. 

Era também um cantor sensível da figura feminina. Suas modinhas, que lembram os menestréis do Medievo, têm um lirismo terno e romântico. 

Satirista impiedoso, via no humor o recurso mais eficiente para ridicularizar os medíocres e mal intencionados. 

Não poupava a si mesmo da ironia, conforme cantou em famosa composição em que critica o próprio apêndice nasal — que, segundo ele, só não era maior do que a miséria do País… 

Ao iniciar um dos shows que deu por aqui no Theatro Santa Roza, por volta da década de 1970, reagiu a um morcego que sobrevoava o palco, dizendo: “Olha o passarinho…”. 

A plateia não conseguiu segurar o riso.

Era difícil resistir ao seu espírito, que animava um talento de múltiplas facetas. Por tudo isso ele deixa saudades. (Foto “O fuxico”)

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O poder da frase