domingo, 20 de setembro de 2015

Seleção de frases (40)

        Encontrei a fórmula de ser feliz sem dinheiro, mas não adiantou. Não tive como comprar os ingredientes.
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Da crise atual, só escapam os motéis. É um mercado sempre aquecido.
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Semana passada, quando recebi a conta da energia, tomei um choque.
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      A velhice chega quando se lamenta o tempo que resta, e não o tempo que foi.
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A maturidade é o momento em que o indivíduo tem a exata percepção do que ainda pode fazer na vida. E quase sempre não é muita coisa. 
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          Político só não mente quando fala mal do adversário.
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O humor é o algoz da presunção e da imbecilidade.
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Segundo Sartre, o inferno são os outros. Mas existem aqueles para quem o inferno são eles mesmos.
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         Respeito a opinião dos outros, desde que ela não contrarie as minhas.
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        Cada vez mais me convenço de que a honestidade é um mau negócio.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Para Luiz Guilherme, meu primeiro neto

Um riso todo feito de doçura
e um olhar de surpresa, que comove.     
Alegra-me ver no berço a criatura
que estende ao futuro a minha prole.   

Filho se faz, mas um neto se ganha.
É o bônus de amor que, merecendo   
ou não, como um presente alguém nos manda    
(aurora a quem já está anoitecendo).

A vida, pois, lhe seja longa e boa
-- deseja este pai açucarado
que ainda não refeito ri à toa

e com o coração acelerado  
interminavelmente o abençoa   
pelo muito que o tinha esperado.

sábado, 12 de setembro de 2015

Cantiga para o menino morto

           Não é concha, nem sargaço,
             nem flores de Iemanjá.
             É o corpo de um menino
             que veio lá do alto mar.

             É o malogro de um sonho.   
             O alento de esperança     
             que as águas sufocaram     
             junto com aquela criança.
  
            Os pais fugiam da guerra
            E ali agora ele jaz
            todo vestido, no sono
            de uma indesejável paz.  

            A paz da vida cortada
            bem antes de florescer.  
            Do futuro que se nega    
            a quem queria viver.                
  
            No colchão da praia erma
            pousa o corpo de Aylan
            como um brinquedo quebrado                             
            -- sem ontem, sem amanhã.
            
           A história desse menino
           (disso não há duvidar)    
           é das histórias mais tristes     
            que se contam sobre o mar.    

O silêncio do inocente