Ao deparar com a sucessão do
tempo,
o homem se amedronta e se
apequena.
Pensa na morte – o vão coroamento
que o destrói ao lhe extinguir as penas.
Procura então com o véu da fantasia
escapar ao rigor da Natureza,
que o põe no mundo para que
um dia
retorne a ela (essa é a certeza).
Para curar-se, enfim, da vã loucura
de ser perene, suplantar a
idade,
em meio ao tempo que tudo
tritura,
bastara-lhe meditar nesta
verdade:
se o transitório habita no
que dura,
é no instante que mora a
eternidade.
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