O
ministro que criticou a “veiculação maciça” de fatos negativos
sobre o coronavírus não deixa de ter razão. Nossa imprensa não tem olhos para
as coisas belas que acontecem em volta. Não vê, por exemplo, que o ar limpo devido
à escassez de carros nas ruas vem tornado os dias mais claros. Os pássaros
cantam com mais alegria, o que se percebe pela inusitada agudeza dos trinados. A
intensidade cromática das flores, que dançam na brisa, dá aos jardins o aspecto
de uma aquarela renascentista. Em vez de noticiar fatos como esses, a mídia mostra
enfermarias lotadas em que nem todos os pacientes têm a sorte de encontrar respiradores
e agonizam com falta de ar. Ou se concentra na imagem de valas em torno das
quais os coveiros, apoiados em seus instrumentos, aguardam para iniciar o
trabalho (e nunca esperam demais). Vou acabar desligando a TV e me mudando pra
Pasárgada, pois lá sou amigo do rei (isso se algum jornalista desmancha-prazeres
não vier me informar que Sua Majestade também está com a Covid-19!).
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