quinta-feira, 30 de julho de 2020
quarta-feira, 29 de julho de 2020
Notas sobre a pandemia (27)
Toda crise propicia mudanças, e
não seria diferente com esta. É necessário mudar muita coisa para se adaptar à
quarentena, e os hábitos domésticos estão entre os que prioritariamente devem
ser transformados. O resultado dessa metamorfose pode nos surpreender. Eu e
minha mulher tivemos a prova disso na cozinha. Cozinhar juntos deu um novo
tempero à relação. Para ser honesto, ressalto que ela é quem detém as
habilidades culinárias. Eu fico ao lado para dar um reforço psicológico e lavar
a louça. O melhor da cozinha ocorre fora dela, na hora de degustar o que ali
foi diligentemente preparado, por isso encaro com bom humor o trabalho duro.
Deparar-se com pratos untados de óleo e panelas graxentas ajuda a valorizar o
que é servido à mesa. Outro aspecto que merece o máximo de atenção é o
sanitário. Há que desinfetar os sacos plásticos e lavar as máscaras na volta do
supermercado. Sou meio avesso a esse ritual (tenho até levado algumas broncas
por causa disso), mas acabei me compenetrando. Afinal, tudo pela vida. E bom
apetite!
sexta-feira, 10 de julho de 2020
"Homemade"
Na
globalização promovida pelo coronavírus, o medo é a mensagem. “Homemade” ilustra
isso com humor, emoção e muita criatividade. Disponível na Netflix, a série se
constitui de 17 curtas-metragens cuja temática abrange a experiência de viver o
confinamento provocado pela atual pandemia.
São
filmes, como o nome diz, feitos em casa (e não poderia ser diferente!) por diretores
de várias nacionalidades. Neles nos deparamos com situações comuns (com as
quais facilmente nos identificamos) e bizarras ou mesmo surreais, que apontam
para o sonho como válvula de escape.
Há o velho que, numa casa de repouso,
tenta pela internet conquistar mulheres que outrora o rejeitaram; a garotinha
que busca preencher a solidão imaginando cenas de um monólogo só entendido por
ela; o homem que, cheio de remorso, imagina como se desculpar por ter um dia
abandonado a mãe; a mulher que passeia de bicicleta por uma Los Angeles tão
vazia que nem parece o cenário onde, na calçada da fama, se glorificam ícones
de Hollywood. Há, enfim, uma série de tipos e situações que ilustram o tédio, o
desespero (e por vezes a surpreendente euforia) de viver confinado num mundo de
tantos apelos às compras e às diversões.
A pandemia nos aproxima por
representar uma experiência comum a todos. Ela reitera que estamos no mesmo
barco (quais pequenos ulisses que nem podem voltar para casa) e continuamos suscetíveis
a infecções vindas até do espaço intergalático (como sombriamente sugere um dos
curtas).
quinta-feira, 9 de julho de 2020
Notas sobre a pandemia (26)
Estão criticando os jovens que se aglomeram em frente aos bares recém-abertos. Uma das razões é que eles não usam máscaras. Ora, como podem fazer isso se estão bebendo e comendo? Em vez de condenar os jovens, deve-se condenar quem autoriza a abertura daqueles locais.
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Os cinemas vão reabrir, mas os espectadores devem se sentar com uma
distância de pelo menos três poltronas uns dos outros. Isso também vale para os
namorados.
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Usar ou não máscaras? O assunto parece que
virou questão de Estado, pois grande parte dos governantes faz questão de não
usá-las. É como se esse pequeno tapume em seus rostos lhes tirasse a dignidade
– ou fosse a prova de que têm que se submeter a uma autoridade maior. Com isso,
mostram arrogância e estupidez. No enfrentamento do coronavírus, a última
palavra só pode ser dada por especialistas da área médica. Atender aos que eles
dizem demonstra compromisso com o bem-estar de todos.
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Pela forma como vem tratando a
covid-19, o Governo pratica uma espécie de “genocídio passivo”. Não mata, mas
deixa morrer.
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As agressões domésticas (sobretudo dos
homens contra as mulheres) vêm aumentando no período da quarentena. Isso não
causa estranheza. Manter as pessoas juntas por muito tempo potencializa ressentimentos e reforça a agressividade que existe em cada um de
nós. Além disso, com a reclusão forçada, muitos concentram no espaço doméstico
a violência que comumente praticam na rua (por meio de xingamentos, insultos,
provocações). Não basta então pedir que as pessoas fiquem em casa. É preciso
também apelar a que façam isso com paciência e boa vontade.
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